Linguagem e Produção de Texto

1. Crônica (Criatividade)


“Descobrir Consiste em olhar as mesmas coisas que todos olham e pensar algo diferente.”

Em Terra de Cegos

Qual é a diferença entre um carro importado e um nacional? Entre um aparelho de telefone que só realiza ligações e outro que tira fotos, ou acessa a internet? Ou mesmo um sanduíche de padaria e um lanche do Mcdonalds? A resposta pode estar, tanto na necessidade pessoal de cada indivíduo, quanto na sua vontade de afirmar certa posição social, mas ainda passa muito pela habilidade criativa de quem vende ou divulga determinado produto.
Ser Criativo, ter a habilidade de tornar diferente ou empregar um atrativo a um objeto primariamente simples, como uma caneta ou lapiseira, pode fazer toda a diferença quando o consumidor se depara com uma prateleira repleta de opções.
Uma cor chamativa, um bom slogan, uma embalagem diferente, um comercial de TV ou mesmo um banner em um site na internet, podem chamar sua atenção e servir como diferencial na hora de decidir o que comprar ou não comprar.
Mas vale a pena ressaltar que a criatividade do anunciante de um produto pode não ser determinante para o sucesso do mesmo, já que a aceitação se dará também pelo status que este produto possui no mercado, ou até mesmo o status social que traz a seu usuário.
Um Produto Já consolidado, com sua base de consumidores fiéis, terá muito mais facilidade para um sucesso comercial do que um produto que ainda tem que provar seu valor, isso independente da criatividade ou fator novidade que possa ser usado pelo anunciante.
Mas isso não é nenhuma regra, um produto novo pode tornar-se protagonista se a campanha de divulgação for bem planejada e executada, afinal, em terra de cegos, quem tem um olho é rei.

2. Crônica (Atualidades)

Sobre Elefantes Albinos

É senso comum que um elefante incomoda muita gente, mas um elefante branco incomoda muito mais. Mas, cuidado! Não confunda com o animal propriamente dito, aquele paquiderme enorme e simpático, com orelhas fartas e uma tromba inquieta, que víamos no zoológico. Um elefante branco trata-se de uma obra faraônica construída para atender eventos de “Trio curto”, utilizando-se de recursos milionário que, em longo prazo, podem gerar constrangimento ou até mesmo incômodo para os indivíduos que deveriam beneficiar-se de tal projeto.
A copa do mundo de futebol em 2014 está chegando ao Brasil e, com ela, já podemos esperar a instalação dos nada simpáticos paquidermes albinos. Das doze sedes já anunciadas para a competição realizada pela FIFA, um total de dez exemplares já estão devidamente encomendados e, serão construídos utilizando o maravilhoso recurso do dinheiro público, alimento favorito dos elefantes brancos, por sinal.
O pior exemplo possível pode ter sido acompanhado há pouco mais de um mês, na áfrica do Sul, país de contrastes tão grandes quanto os nossos, senão maiores. Para a Copa do Mundo em 2010, o governo sul-africano gastou cerca de R$ 3,8 Bilhões na construção e reforma de dez estádios, cuja maioria não possui perspectiva de utilização em longo prazo. O Emblemático caso do monumental estádio “Moses Mabhida” em Durban, que foi construído do outro lado da rua de outro estádio milionário, o “Absa Stadium”. Se um elefante branco incomoda muita gente, imaginem o incômodo provocado por dois representantes da classe dividindo o espaço de um mesmo quarteirão. O detalhe é que os sul-africanos não gostam de futebol.
Já aqui no Brasil, como quem não gosta de futebol pode até ser considerado maluco, nossos digníssimos representantes em Brasília já agilizaram recursos para facilitar a alimentação e o desenvolvimento dos elefantes brancos. O presidente Lula já redigiu medida provisória que simplifica a análise de licitações para obras referentes ao mundial e abriu as torneiras do BNDES para melhor servir o farto apetite dos famigerados paquidermes.
Essa situação ocorre, principalmente, porque o Brasil, apesar de possuir vários estádios espalhados por seu território varonil, não possui um estádio sequer que atenda às exigências do caderno de encargos da FIFA. A grande maioria dos estádios brasileiros são públicos, que se encontram mal-conservados, uma herança maldita do “pão e circo” promovido por governos menos democráticos do passado. As exigências da FIFA para a padronização dos estádios são irrevogáveis sobre o pretexto de perder a copa caso não se apresentem as coisas como querem os “cartolas”, isso mesmo, é assumidamente algo para “inglês ver”.
Agora eu lhe pergunto: Vale a pena pagar tão alto preço por um evento que dura apenas um mês? Não seria mais interessante dar uma bela esnobada nos granfinos da FIFA e utilizar os recursos da copa 2014 para fins mais nobres? Algo como construção de mais hospitais, escolas, melhorar os transportes públicos, etc.? Deixar de alimentar apenas um elefante branco para alimentar centenas de necessitados em troca, que tal?
As cidades e o país não precisam de mais paquidermes copeiros e não irão melhorar por conta de mais obras que poderão gastar milhões e até mesmo bilhões de reais, sob o pretexto de “não se passar uma vergonha” em escala mundial.
Enfim, um Elefante branco pode até ser bonito de se ver, mas a longo prazo, cheira mal, dá trabalho e incomoda muita gente.


3. Roteiro (Continho)

1. Personagens:
Zé: Menino magro, barrigudinho, de aparência triste e melancólica, tem a pele morena, queimada pelo sol.
Vigário: Homem de meia idade, baixo, gordo. Branco e com Bochechas rosadas.
2. Cenário:
Estrada de terra batida, iluminada pelo escaldante sol do meio dia do sertão pernambucano, em um ponto da estrada, há uma pequena cerca com um pequeno pé de mandacaru ao seu lado, que resiste heroicamente ao ambiente
seco.

Roteiro

Cena 1
EXT. ESTRADA/DIA
Zé está sentado ao lado de uma cerca, segurando firme, com uma das mãos, uma pedra. Ele observa atentamente um pequeno calando que se arrasta próximo a um pé de mandacaru.
Um velho vigário se aproxima lentamente, montado em um jegue malhado, que sofre ao carregar o peso do padre.
O Vigário chega próximo ao garoto e o jegue pára, seguindo seu comando.
VIGÁRIO (inclinando a cabeça) – Você aí, ô menino! Para onde vai esta estrada?
ZÉ (mostrando-se surpreso) - Ela não vai não. Nós é que vamos nela.
O Vigário, assustado, parece não acreditar na audácia do garoto, reage, esbravejando e agitando os braços.
VIGÁRIO (Preparando-se para descer do jegue) – Engraçadinho duma figa!
O Vigário, irado, desce do jegue e aproxima-se do garoto, que permanece indiferente, com a atenção voltada para o calango, que agora se arrasta mais próximo do menino.
VIGÁRIO (Contrariado) – Como você se chama?
ZÉ (Ainda atento ao calango) – Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé.

O garoto arremessa a pedra em direção ao calango, que sucumbe imediatamente. O garoto vai até o animal e o pega do chão, seguindo em disparada na direção que a estrada leva.
O Vigário permanece imóvel, olhando fixamente para onde vai o garoto, sem esboçar reação. O garoto segue correndo até desaparecer no horizonte.
FIM
3. Artigo de Opinião
Selva de Consumo
A Ferocidade do atual mercado de consumo é algo que convivemos no dia a dia, algo tão corriqueiro, que pode até parecer normal, mas não é. A inversão total da relação original entre produção e demanda e a necessidade de se consumir exclusivamente para se ostentar determinado produto é algo preocupante.
Além disso, a indústria publicitária, além da mídia em geral, coloca-se na posição não só de oferecer determinado produto ao consumidor, mas incentivá-lo e por vezes induzi-lo, de maneira subliminar ou direta, ao consumo.
Nos dias de hoje, as pessoas passaram a ser vistas pelo que têm e não pelo que são, assim são valorizados pela sociedade e pela mídia. Essa idéia acaba criando muitos casos onde a obsessão pelo consumo chega a limites inimagináveis, pois as pessoas acabam pensando apenas em comprar e acabam obtendo e consumindo o que não necessitam, apenas por questão de impulso ou pressão de terceiros.
Uma outra grave conseqüência da constante pressão pelo consumo desenfreado é o aumento da criminalidade. Todos estão sujeitos às tentações do mercado, porém nem todos podem comprar certas coisas supérfluas que nos forçam a desejar, isso pode acabar gerando o aumento da criminalidade. Não há trabalho para todos, o mercado de trabalho é cada vez mais concorrido e cruel. Alguns escolhem a saída mais fácil, enquanto outros se isentam da responsabilidade de terem contribuído para esta situação.
5. Slogans Publicitários

Aliteração: “Restaurante Excellence. Excelência em cozinha francesa.”
Paralelismo: "Nova Cosméticos. Beleza que se vê, beleza que se sente"
Neologismo: “Brasilblogs. Blogar é viver”
Duplo sentido intencional: “Quer sentir-se nas alturas? Voe Fly.”
Rima: “Casa&Lar. Prazer em Decorar”
Trocadilho: “Revista Surftrip. Informação é a nossa praia.”
Intertextualidade: “Ford. Por trás de todo grande homem, há um grande carro”.
6. Leads

1 - Construa um lead de forma direta a partir dos dados fornecidos:
Quem
- Hugo Chavez, atual presidente da Venezuela;
- É contra a criação da Alca, Área de Livre Comércio das Américas, defendida pelos EUA;
- Possui plano “Alternativa Bolivariana para as Américas”, visa integração dos países sul-americanos.
Que
- Chavez autorizou patrocínio, empresa petrolífera estatal PDVSA, para Escola de samba Vila Isabel que sai com o enredo “Soy Loco por ti, América”;
- John Negroponte secretário da inteligência dos EUA, denunciou métodos “expansionistas” de Chavez para disseminar a “revolução bolivariana” no continente sul-americano;
Quando
– Carnaval 2006 (desfiles)
Como
- PDVSA patrocinou Vila Isabel devido a proposta da escola de homenagear a América Latina, Simon Bolívar;
- Matéria sobre carnaval Folha 26/02 o carnavalesco Alexandre Louzada diz sobre o enredo: “É uma visão mais romântica de uma América”;
- Unidos de V. Isabel, com 4 mil participantes afirma se manter longe das ideias socialistas de Chavez, revolução e integração contra EUA;
Onde
- Rio de Janeiro, Brasil
Porquê
- Desfile com ideologia que convinha para a proposta de Chavez;
- Mostrar para a nação venezuelana que está interagindo com outros países;
- Integrantes da embaixada venezuelana considera o “desfile um evento cultural” que reflete a ideia de integração bolivariana.
Consequências
- Vila Isabel foi campeã depois de 18 anos;
- Houve repercussão imediata nos noticiários venezuelanos sobre a vitória de Vila Isabel;
- Título da vitória: “Sonho de Bolívar conquista o Carnaval do Rio de Janeiro”, com imagens do desfile;
- A vitória reforçou projeto bolivarianos.
Lead
Hugo Chaves, atual presidente da Venezuela, está sendo acusado pelo governo dos EUA de promover métodos expansionistas no continente sul americano, por conta de ter patrocinado, através da estatal petrolífera PDVSA, a escola de Samba Vila Isabel, durante o carnaval de 2006, no Rio de Janeiro. A escola, que foi campeã após 18 anos,com o tema “Soy loco por ti América”, nega qualquer tipo de engajamento político na elaboração do enredo. A vitória de Vila Isabel repercutiu positivamente nos noticiários venezuelanos.
2 – Identifique os elementos do lead e reescreva de forma direta:
a) Muita pompa e deslumbramento, chuva fina e um frio de 5 graus negativos marcaram o primeiro dos três dias de visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Reino Unido, onde ficará hospedado, com a primeira dama Marisa Letícia, no Palácio de Buckingham. O casal passeou de carruagem e, à noite, foi homenageado pela família real com um banquete.
Estado de São Paulo, 08-03-2006

QUEM: Luiz Inácio Lula da Silva
O QUE: Presidente do Brasil
COMO:Prestígio
ONDE: Reino Unido/ Palácio de Buckingham
QUANDO: 2006
PORQUE: é o presidente da República em visita oficial
Lead
O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, passou o primeiro dos três dias de visita oficial ao Reino Unido no palácio de Buckingham, onde ficará hospedado com a primeira Dama Marisa Letícia. Sob chuva fina e um frio de 5 graus negativos, o casal passeou de carruagem e, à noite, foi homenageado pela família real com um banquete.
b) Se um recém-formado com nível universitário leva 6,5 anos, por exemplo, para ser promovido a gerente ou diretor, uma mulher nas mesmas condições sobe de patamar em dez anos. Ou seja, para elas, o salto na carreira demora 35% mais, mostra estudo que analisou a evolução profissional de administradores, contadores, chefes de seção, economistas, engenheiros e supervisores dentro de grandes empresas.
Folha de S. Paulo, 26-03-2006
QUEM: Mulheres
O QUE: O salto na carreira
COMO: Desempenho
ONDE: Brasil
QUANDO: 2006
PORQUE: Por conta da desigualdade entre os gêneros no mercado de trabalho.
Lead
Um estudo que analisou a evolução profissional de administradores, contadores, chefes de seção, economistas, engenheiros e supervisores dentro de grandes empresas, avaliou que uma mulher recém-formada leva dez anos para ser promovida a gerente ou diretor, enquanto um homem nas mesmas condições sobe de patamar em 6,5 anos. Para as mulheres, o salto na carreira demora 35% a mais.

Lead  - Chapéuzinho Vermelho

Na Tarde de ontem, na região campestre da Floresta do Lodo, na Terra de Tão Distante, uma garota de 16 anos foi encontrada morta. O acontecimento, que chocou a comunidade local, tem como principal suspeito o Lobo Mal, de 39 anos, que nega a autoria do crime. Populares, no entanto, afirmam terem visto o suspeito pela região minutos antes da garota desparecer.